Outono Dourado no Parque do Santuário do Bom Jesus em Braga

O outono derrama tons de âmbar e ocre sobre o Bom Jesus do Monte, em Braga, vestindo o parque de uma melancolia dourada. Os barcos de remos, vermelhos, amarelos e azuis, adormecem no lago, aguardando o toque leve de um aventureiro que anseia por planar sobre o espelho d’água, numa dança silenciosa.


Os trilhos, agora adornados por um tapete crepitante de folhas secas, convidam a perder-se na mata, a descobrir recantos escondidos, grutas sussurrantes e a vegetação luxuriante que abraça este santuário. Ergue-se, discreto e elegante, o coreto vermelho, pousado sobre pedras musgosas, um refúgio para a alma, um palco para a contemplação.

Para além da grandiosa escadaria barroca, o Bom Jesus revela-se um parque romântico, um convite ao lazer e à descoberta. E, num rasgo de engenho e nostalgia, o elevador funicular, movido a água, sobe e desce a encosta, como um suspiro do tempo, lembrando-nos da sua longevidade.

Reconhecido como Património da Humanidade pela UNESCO, o Bom Jesus do Monte é mais que um santuário: é uma obra de arte que dialoga com a natureza, um lugar onde a fé, a beleza e a tranquilidade se fundem numa experiência única. É um poema esculpido na paisagem, onde cada passo é uma oração silenciosa, e cada folha que cai, um verso de outono.




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