Farolim de Felgueiras: O Guardião da Fúria do Atlântico
Onde o Douro se entrega ao Atlântico, um guardião de pedra ergue-se na Foz, no Porto: o Farolim de Felgueiras. Testemunha silenciosa da dança violenta das ondas, a sua estrutura neoclássica de granito, com a lanterna e o varandim a rubro, desafia a fúria do oceano, que o abraça e castiga em explosões de espuma.
Erguido em 1886, este farol de planta hexagonal, com cerca de dez metros, outrora marcou a entrada da barra, guiando os navegantes por águas traiçoeiras. Desativado em 2009, permanece um ícone da cidade, um ponto de atração magnético, especialmente no inverno, quando o mar exibe o seu poder impressionante.
As gaivotas, em voo sereno sobre o caos, sublinham a beleza agreste do cenário, onde a obra humana e a natureza se confrontam numa batalha eternamente renovada. Cada gota de água que o atinge é uma história de persistência; cada rajada de vento, um hino à natureza incontrolável.
Em dias de maré brava, o pequeno farolim ergue-se como um gigante solitário, desafiando a fúria do Atlântico. As ondas, esculpidas pelo vento, quebram-se contra os rochedos com uma força hipnótica, num espetáculo indomável. Mais do que um farol, é um poema escrito pela natureza, uma lição de humildade perante a força dos elementos, um guardião silencioso da costa portuense.




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