Sé Catedral da Guarda
GUARDA (Portugal): Sé Catedral.
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No ano de 1199, o rei D. Sancho I obteve do papa Inocêncio III a transferência da sede do bispado da Egitânia para a cidade da Guarda, o que obrigou à imediata construção de uma nova catedral. O primitivo edifício nâo deixou qualquer rasto, e melhor sorte não teria a segunda sé, mandada edificar no reinado de D. Sancho II e arrasada em 1374 a mando de D. Fernando, pois a sua infeliz localização - «fora de portas» e frente à Torre dos Ferreiros - permitia que pudesse ser utilizada como torreão de assalto pelos inimigos castelhanos.A construção da terceira sé deve-se à iniciativa do bispo D. Frei Vasco de Lamego, que para o efeito obteve licença do rei D. João I. As obras tiveram início em 1390 e arrastaram-se por mais de 150 anos, vindo a concluir-se em boa parte devido aos esforços empreendidos durante o reinado de D. Manuel I pelo bispo D. Pedro Gavião, a quem se deve a elevação dos edifícios, a construção das abóbadas, das torres e do pórtico principal. Sabe-se que D. João I «mandou a traça della», admitindo-se a hipótese de o seu autor ter sido Afonso Domingues, dada a filiação que se lhe estabelece com o Mosteiro da Batalha, discutindo-se igualmente a posterior participação de mestre Boitaca; e tudo indica que os responsáveis pela fase final das obras terão sido os irmãos Pero e Filipe Henriques, filhos do arquiteto Mateus Fernandes.Assim, apesar de ostentar típicos acabamentos manuelinos, este imponente edifício de granito constitui um dos mais notáveis exemplares da arquitetura tardo-gótica nacional, possuindo simultaneamente uma grande unidade estilística e uma invulgar originalidade. O exterior, de aspeto fortificado, impressiona pela articulação de poderosos volumes, enquanto que dentro o destaque vai para o magnífico retábulo «ruanesco» do altar-mor, verdadeira obra-prima da escultura renascentista coimbrã.
Na frontaria, que é geralmente considerada a «irmã pobre» das fachadas, o típico portal manuelino está entalado entre duas possantes torres avançadas, de formato octogonal e base quadrangular, cuja robustez é atenuada por frestas e sineiras. Sobre o portal abre-se o óculo que resultou do desaparecimento da rosácea, acima do qual se avista uma moldura em forma de empena.
As fachadas laterais são relativamente idênticas, com arcobotantes coroados de pináculos floridos, entre os quais se inscrevem as cabeceiras de diversas capelas ediculares. No entanto, a do lado norte apresenta maior riqueza decorativa, pois no topo do saliente transepto rasga-se um belo portal quatrocentista de arquivoltas quebradas, encimadas por um delicado relevo de formato conopial flanqueado por dois brasões, e inscrito num gablete rematado por uma arcada cega de seis arcos trilobados assentes em finos colunelos. Na fachada sul, rasga-se um singelo portal gótico no flanco oriental do transepto, encimado por um brasão episcopal inscrito numa moldura retangular. A zona da cabeceira é ritmada pelos salientes gigantes, que enquadram estreitas frestas nos absidíolos e frestões mainelados na abside.
Completam a decoração exterior janelões manuelinos nos topos do transepto, pináculos coroando os contrafortes, gárgulas de variados tipos, rendilhadas platibandas decoradas com flores-de-lis e molduras marcando diferentes pisos.
info: www.infopedia.pt/$se-catedral-da-guarda
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