Judiaria de Belmonte
BELMONTE (Portugal): Judiaria.
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Depois de séculos de organização judaica em segredo é nos anos vinte do século XX que Samuel Schwarz anuncia a existência de uma comunidade no interior de Portugal, junto à Serra da Estrela: Belmonte, a vila natal do descobridor do Brasil em 1500, Pedro Álvares Cabral.
Findas as perseguições da Inquisição e terminados os processos de integração católica que diluíram a totalidade das muitas comunidades existentes, veio a descobrir-se que nesta vila estavam vivas as tradições, a organização e a estrutura religiosa dos últimos judeus secretos de Portugal. Belmonte é, no limiar do século XXI, a última comunidade peninsular de origem Cripto-Judaica a sobreviver enquanto tal. São cerca de 200 pessoas, quase 10% dos habitantes da vila.
A onomástica presente na vila é clara: existem os Sousa, Dias, Henriques, Fernandes, Mendes, Diogo, Rodrigues, etc. A origem remota desta comunidade está comprovada, pelo menos desde o século XIII (1297) e subsiste ainda hoje com unidade, possuindo sinagoga, rabino e cemitério próprio. Tem igualmente uma direção comunitária.
A sua importância deve-se mais à originalidade de uma resistência decorrida ao longo dos séculos do que ao seu peso demográfico ao longo da história.
A comunidade de Belmonte cumpre hoje os principais ritos religiosos, alguns dos quais haviam desaparecido da memória coletiva belmontense. Outros foram secularmente cumpridos, embora por vezes fortemente deturpados. É necessário entender que esta comunidade se tornou secreta durante séculos e não manteve qualquer tipo de contacto com o judaísmo exterior.
Info: www.turismo.guarda.pt/descobriraregiao/rotas/rotadasjudia...
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